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Artigo de opinião #8 - Espelho meu, espelho meu, haverá alguém menos belo do que eu?

No que concerne a imagem corporal, a alimentação é uma rémora. A analogia pode parecer disparatada, mas pela alimentação conseguimos "manipular" o nosso corpo. É a forma mais barata e mais acessível de o fazer, atualmente.
As redes sociais trouxeram muitos benefícios ao nosso dia-a-dia, mas também trouxeram tanto de mau. Agora, todos podemos ser fotógrafos "profissionais" e usar filtros e embelezar momentos que não tiveram assim tanto de capa de Vogue.
Eu uso filtros nas fotografias que publico dos pratos que confecciono. Não percebo nada de fotografia e não sei usar luz e outras coisas fancy que os fotógrafos profissionais levam anos a estudar e a treinar para conseguirem os resultados profissionais e as minhas fotografias transpiram amadorismo. A isto chamo de humildade.
Já as redes sociais transpiram falta de humildade, um mostrar de barrigas lisas, cinturas finissímas ou então vidas de pessoas que penso que lhes saiu o euromilhões, pois só publicam fotografias de sítios extraordinários e exóticos e onde, pelas fotografias por eles publicadas, nunca chove ou existe um dia nublado ou algo menos agradável.
Como me dizia a minha mãe e muito bem (acho que mo disse foi na idade errada, eu tinha 2 ou 3 anos), a vida não é como na Rua Sésamo. As pessoas não estão sempre a sorrir, a vida não corre sempre bem e as pessoas não são sempre bonitas e carinhosas.
Foi sobre isto que escrevi no artigo para a Revista Açores.
Partilham da minha opinião?
Muito carinho.



"Espelho meu, espelho meu, haverá alguém menos belo do que eu?

Já se sentiram tristes após uma breve visita às redes sociais? Eu já, e mais vezes do que devia.
Mas também sinto tristeza por estarmos excessivamente influenciados pela imagem, espelhada em fotografias curadas de forma extenuante, que fazem-nos pensar que estamos e somos errados num mundo que as redes sociais refletem ser de pessoas e vidas e ambientes, no mínimo, perfeitos.
Li um texto da blogger Bumba na Fofinha que falava sobre uma situação que esta tinha passado numa praia. Foi dito a um grupo de pessoas que iriam tirar uma fotografia de grupo. E os comportamentos tornaram-se automaticamente diferentes. Devem deduzir do que estou a falar: barriguinhas encolhidas até mais não, gente sem respirar até o flash disparar, posições de mãos e pés a desafiar a gravidade e o bem-estar. E sem falar nos sorrisos exagerados e forçados, o excesso de exibição de imensas “amizades” e os sítios extraordinários e exóticos onde estiveram. #vidasperfeitas
E pensam vocês… o que tem isto a ver com nutrição e alimentação? Está relacionado com a imagem corporal e o desajuste com a realidade.
Os adolescentes da década de 90 devem, de certeza, lembrar-se dos ícones de beleza de então. Kate Moss e Pamela Anderson? A primeira corresponde à ausência de formas físicas e baixa percentagem de massa gorda. A última tem um pouco mais de gordurinha corporal, mas apresenta várias alterações conseguidas por recurso a cirurgia plástica. Atualmente, temos outro modelo de corpo ideal: cinturas muito pronunciadas, corpos trabalhados em ginásio ou atributos físicos que, na década de 90, eram definitivamente desvalorizados. Pergunto-vos, a vossa forma corporal mudou nos últimos 20 anos de forma a acompanhar as modas? Eu sei que não e está tudo bem! Saliento que nenhuma das personalidades referidas tem algo de errado, nem quem personifica os ideais de beleza, nem quem não os personifica.
Uma mulher adulta deve ter acumulação de gordura nas coxas e no rabo que pode suscitar o aspeto casca de laranja e nada tem de errado. Tal acontece devido à componente hormonal da mulher. Nem todos temos naturalmente uma barriga lisa, nem as pernas finas, nem os lábios carnudos e sardas maravilhosamente dispostas na nossa face. O que devemos ter é uma postura positiva perante o nosso corpo e a nossa alimentação. Uma alimentação equilibrada e organizada transmite a mensagem positiva de autoestima. Dietas malucas, em que se eliminam grupos alimentares porque sim, apenas trazem fragilidade física, peso perdido à custa da degradação de tecidos orgânicos essenciais e ao rebaixar da saúde mental.
Por favor, olhem para vós e sintam orgulho no vosso corpo, no que vos parece bem e no que vos parece mal. Lembrem-se sempre de que são únicos e merecedores do melhor. Não precisamos de filtro quando amamos ou nos sentimos amados. O mesmo acontece com o vosso corpo e a vossa postura perante a vossa alimentação.
Querem perder peso, fantástico! Procurem ajuda de um nutricionista que vos perceba e vos ajude porque querem ter mais saúde e menos um pouco de massa gorda a mais."

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