Segue o artigo que fiz para a Revista Açores, a discutir um pouco sobre isto de rótulos e tabelas e "nutricionices" que os produtos alimentares têm na sua embalagem.
Opiniões nesta matéria a partilhar? 😘
"Rótulos alimentares: alguns esclarecimentos
Tenho uma enorme
dificuldade em comprar o que quer que seja em lojas de bricolagem. Quer seja
uma simples extensão elétrica, quer seja uma lâmpada Led que necessito de
repor. Não me entendo com a oferta dos produtos nas lojas e, se ler as
embalagens, não fico a saber muito mais. Uma confusão, confesso.
O que vos interessa o
meu sentimento perante bricolagem? Talvez seja o mesmo que muitos sentem quando
tentam ler os rótulos dos produtos alimentares no supermercado. Lecitina de
soja? Ácido ascórbico? Maltodextrina?
O objetivo dos rótulos
alimentares é elucidar os consumidores para o conteúdo dos produtos disponíveis
e facilitar uma compra consciente. Os rótulos alimentares são constituídos por
duas partes: a lista de ingredientes e a tabela nutricional.
A lista de ingredientes
enuncia todos os constituintes do produto alimentar, de forma decrescente. Se o
primeiro ingrediente for sacarose ou xarope de, ficam informados que o
ingrediente em maior quantidade nesse alimento será o açúcar, por exemplo.
Todos os ingredientes que estiverem em letras mais escuras e salientados, são
ingredientes que poderão causar alergia ou intolerância alimentar. Por vezes,
surge alguma marotice e os ingredientes são designados de outras formas. Por
exemplo, sacarose e glicose são sinónimos de açúcar e termos com sódio ou
sódico significam sal. Acima de tudo, é essencial conseguir identificar todos
os ingredientes que constam da lista. É costume dizer-se: se as avós não sabem
o que são os ingredientes no rótulo, esse produto alimentar é muito processado
e interessa pouquinho.
E quanto à tabela
nutricional? Poderá ser mais confuso… Aqui, interessam as categorias dos
alimentos e avançarmos para uma comparação, para que se consiga a melhor compra
possível. A tabela nutricional decompõe o alimento em macro (proteína, hidratos
de carbono, lípidos, fibra) e micronutrientes (vitaminas, minerais) por 100g e
por porção ou unidade. A título de exemplo, se comprar cereais de
pequeno-almoço, prefira os que têm mais proteína e fibra e menos açúcar; se
comprar laticínios, escolha os com menos teor de gordura e com menos aditivos;
se estiver indeciso perante enchidos e conservas, procure as opções com mais
proteína e menos gordura saturada, gordura trans e sódio; e mais situações
diferentes surgiriam para cada diferente categoria alimentar.
E os rótulos
alimentares da fruta e dos legumes? Ou da carne e do peixe fresco? Ah, pois é! Estes alimentos não têm rótulo porque não foram
processados.
Os rótulos das vossas
escolhas alimentares devem ter uma lista de ingredientes pequena e sem palavras
estranhas e ter uma tabela nutricional descomplicada. Ou não ter rótulo… Vamos
descomplicar e não ceder a todo o trabalho de marketing em que destacam os
imensos benefícios de qualquer coisa como, por exemplo, uma vitamina qualquer
num pacote de cereais de pequeno-almoço severamente processados e sem nada de
bom ou interessante a acrescentar ao pequeno-almoço que se deseja saudável. Vamos
regressar um pouco às origens e resistir mais às tentações da indústria
alimentar."
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